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"Irrelevante" - Alexandre Ribeiro
As irrelevancias que a gente esquece
Só têm importância
Quando a saudade cresce.
​
As tintas espalhadas
Pelo horizonte,
As fintas pregadas
Pelos sons a monte.
​
Da incumbência do destino
É pintar-las,
Pregar-nos as partidas
Que inesperadamente,
Sabíamos ser prestes.
​
Os esboços,
Rabiscados,
Traçam-se depressa.
​
Uma vez desenhados
É nossa o resto da peça.
Pincel ou Klein,
De azul será a tela.
​
Ambos dão vida,
Ao que era irrelevante.
​
E numa saudade constante,
Uma insaciável fome.
Voltam ambos novamente,
Para a sua frente.
​
Olhos postos uma e outra vez,
No vazio que o destino fez,
Para de novo tudo viver
Até a vida desaparecer.
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